E na janela a gente podia ver um elefante voador. Era verdade! Muito leve, flutuava lentamente, em paz. Contei para ele, mas ele levantou a sobrancelha direita e espremeu o olho esquerdo, entortando o canto da boca para cima. Eu conhecia essa expressão. Ele permaneceu de costas para a janela. Nem por um segundo virou. Nem uma espiadinha de canto de olho! Não insisti. Relaxou a expressão, sorriu, chamou o garçom. Suspirei! O que mais podia fazer? Suspirei, mas mantive os olhos fixos na janela, enquanto ele pedia as bebidas, os pratos, o dele e o meu. Mantive os olhos na janela, enquanto ele comandava o garçom com aquela voz de dono do mundo. Ele se gabava de saber lidar com as pessoas, de obter delas tudo o que desejava. Talvez eu tivesse acreditado nisso, um dia. Hoje, só o que via era um sujeito mandão e grosseiro. Conseguia as coisas porque usava essa sua grosseria com funcionários, serviçais, garçons, isso sim! Fiquei imaginando quantas cinzas de cig...