Lavando os copos e as taças de espumante que deixei para depois, os copos e taças da última Oficina que coordenei e repousaram ali no fim de semana. Sábado brindávamos o sentimento bom de criar e compor o mundo, de partilhar e acolher o outro. Domingo votávamos e hoje lavo os copos e taças do sábado. Enquanto lavo, me pergunto, como seguirei um trabalho que pretende abrir caminho para a voz de cada um, a voz única consonante e divergente de cada um em um mundo que só quer ouvir “Sim, senhor!” Será possível por muito tempo continuar construindo o que só pôde ser imaginado após as portas se abrirem? Lavando os copos e as taças, precisei parar, sentar e aqui colocar para fora o que me vai por dentro triste. Não quero conviver mais com tanta gente, não quero mais saber o que tanta gente pensa. Não era assim que vivíamos antes das redes sociais e não somos obrigados a viver assim. Nos últimos tempos, nos últimos votos, fui apresentada ao que pensa gente demais, gente educada, ...