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Showing posts from December, 2016

No Noticiário

No noticiário, a imagem de uma jovem noiva na frente de um helicóptero, um sonho romântico de grandeza e o desejo de surpreender o noivo com uma chegada glamourosa na cerimônia. Um voo curto. Há cinco minutos de distância do salão, em que esperava o noivo, a família e quatrocentos convidados, jazem os restos dos sonhos de um jovem casal. O dono do salão fala ao repórter, lágrimas nos olhos, e conta de seu sofrimento e dificuldade em informar, primeiro, o noivo, que urrou e caiu de joelhos de dor; depois, os convidados, que o encararam em silêncio e descrença. Isso foi ontem e eu não consigo tirar essa história da cabeça. Não consigo faze-la ir embora. Por quanto tempo permanecerá comigo, eu não sei, mas me pergunto se será como uma outra história, que uma amiga uma vez me contou, sobre um colega de trabalho que morreu de repente em uma manhã de quinta-feira. Ela contou que, na segunda seguinte, o departamento em que trabalhavam celebrava, como sempre fazia, os aniversariantes do ...

On the News

On the news the image of this young bride in front of a helicopter, some romantic dream of grandeur and the wish to surprise her fiancé with a glamorous arrival at the ceremony. A short flight. Five minutes from arriving to the ballroom where the groom, the family and four hundred guests waited, lay  the remains of the young couple's dreams. The owner of the ballroom talks to the reporter, tears in his eyes, and tells of his pain and difficulty in informing first the groom, who screamed and fell on his knees in pain, then the guests, who stared at him in silence and disbelief.  This was yesterday and I cannot shake the story off my mind, I cannot make it go away. For how long it will remain with me I do not know, but I wonder if it will be like this other story a friend told me about a coworker she had that died suddenly of a heart attack on a Thursday morning. She told me that on the following Monday, the department in which they worked was celebrating, as they usuall...

Sobre burbujas de jabón

Hubo un tiempo en que pensé mucho en burbujas de jabón. En verdad, ellas surg í an en mi pensamiento, livianas,  de una transparencia azulada, suaves. Allá permanecían, flotando, de manera que solo podría pasar en sueños. Era un tiempo de suavidad, de caminar a un palmo del suelo y volar para lejos. Toda burbuja de jabón tiene una ventana. Y yo entraba por la ventana, sentía la delicadeza. Por dentro, contemplaba la belleza de las paredes finas. Yo veía el brillo de cada arcoíris. Toda burbuja de jabón tiene un arcoíris. Sabía que era imagin a ria y sabía que mismo una burbuja imaginaria no podría durar para siempre. Flotaba con la burbuja y contemplaba la ventana abierta. Hasta que las paredes estuvieran más  y más delgadas y el mínimo  plop  me avisara del fin de la burbuja. Puf, era una vez una burbuja.    Yo continua ba pensando en la burbuja de jabón, yo la traía para el papel, yo la revivía. Y cuantas veces soñé y cuantas veces me dejé llevar. La verd...