Uma vez caíra naquela curva. Andava de mobilete. Os garotos da escola mexeram nela, tiraram o cachimbo e o combustível não passava. Tentou ligar a motinho umas tantas vezes, consciente de ter havido algum tipo de sabotagem. Muito irritada, manteve a calma, quando o garoto se aproximou para ajudar e apontou, em cinco segundos, o defeito. Agradeceu para se ver livre e foi embora. "Paquera mais idiota!" Continuou o passeio vespertino, bons tempos de colégio, o vento no rosto, as obrigações adiadas, o jantar na mesa, todo o tempo do mundo... A mobilete, falhando de vez em quando, tinha que frear e manter a aceleração ao mesmo tempo. Numa dessas, na curva, derrapou! Mobilete deslizou para um lado e ela para o outro em um eixo de 45 graus. Levantou-se, suja da terra vermelha de Brasília, ralada, machucada, pegou a mobilete e conduziu-a andando, capengando, até a última casa da rua. Já não era mais uma menina, tinha suas responsabilidades, trabalho, contas, problemas... Desceu ...